Trilhas Sonoras

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Watchmen
1. Desolation Row - My Chemical Romance
2. Unforgettable - Nat King Cole Trio
3. The Times They Are A-Changin' - Bob Dylan
4. The Sound of Silence - Simon & Garfunkel
5. Me & Bobby Mcgee - Janis Joplin
6. I´m Your Boogie Man - Kc & The Sunshine Band
7. You´re My Thrill - Billie Holiday
8. Pruit Igoe & Prophecies - Philip Glass
9. Hallelujah - Leonard Cohen
10. All Along the Watchtower - Jimi Hendrix
11. Ride of the Valkyries - Budapest Symphony Orchestra

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Frost/Nixon

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Dois atores fabulosos recriam o enfrentamento entre David Frost, um frívolo apresentador de TV, e o ex-presidente caído em desgraça Richard Nixon

Sinopse
Richard Nixon (Frank Langella) permaneceu em silêncio por três anos após renunciar à presidência dos Estados Unidos. Em 1977 ele concordou em dar uma entrevista, visando esclarecer pontos obscuros do período em que esteve no governo e usá-la para uma possível volta à política. O entrevistador do programa foi o jovem David Frost (Michael Sheen), o que fazia com que Nixon acreditasse que seria fácil dobrá-lo. Entretanto o que ocorreu foi uma grande batalha entre os dois, que resultou em um confronto assistido por 45 milhões de pessoas ao longo de quatro noites. Dirigido por Ron Howard (Uma Mente Brilhante) e com Frank Langella, Michael Sheen, Kevin Bacon, Sam Rockwell, Oliver Platt, Rebecca Hall e Toby Jones no elenco. Recebeu 5 indicações ao Oscar.

Resenha
Isabela Boskov

Em 1974, o presidente Richard Nixon renunciou ao mandato em meio ao mais lamacento escândalo da política americana: seu envolvimento direto na espionagem das atividades internas do seu adversário, o Partido Democrata. O caso Watergate, como ficou conhecido, até hoje vem à baila quando uma tramoia governamental é descoberta. E o nome de Nixon ficou também ele arrasado, pelas razões que o levaram à renúncia e pela arrogância que demonstrou nesse momento traumático: desistiu do cargo apenas para evitar o impeachment, não se explicou e não se desculpou. Um homem de grande complexidade – e de muitos complexos –, Nixon já foi objeto de inúmeras dissecções acadêmicas e ficcionais. Uma das tentativas mais instigantes de jogar luz sobre ele partiu do dramaturgo inglês Peter Morgan, que recriou, em forma de teatro, um episódio notório. Em 1977, Nixon concordou em gravar uma série de entrevistas com o inglês David Frost, que não era jornalista nem leitor assíduo de jornais, e sim apresentador de programas de variedades. Para surpresa geral, Nixon terminou dizendo a Frost o que nunca admitira antes: que sua conduta fora ilegal. E fez um relutante, mas inesperado, pedido de desculpas. A história desse enfrentamento é o que narra Frost/Nixon (Estados Unidos/ Inglaterra, 2008), que estreia nesta sexta-feira no país.
Adaptado pelo próprio Morgan – roteirista também de A Rainha – e dirigido por Ron Howard, o filme tem um trunfo incalculável em seu favor: a dupla formada por Michael Sheen (o Tony Blair de A Rainha) e pelo veterano Frank Langella, que já interpretara os mesmos papéis no palco. O trabalho de Langella, que concorreu ao Oscar, é exemplar. Em vez de se apoiar nos traços físicos de Nixon, como o célebre nariz de pista de esqui, ele crava o ressentimento, o senso de que fora injustiçado e a prepotência que davam ao presidente seu ar escorregadio e sinistro. Sheen não fica atrás, e tem uma tarefa talvez até mais desafiadora: a de mostrar as correntes subterrâneas de um homem que fazia questão de ser superficial. Ron Howard, como já ficou amplamente demonstrado em filmes como Apollo 13 e Uma Mente Brilhante, é um diretor avesso a conflitos e dado a arredondar arestas. Tudo o que ele tira em adrenalina de Frost/Nixon, porém, seus atores contrabandeiam de volta para suas cenas. E com sobra.

Ficha Técnica
Título Original:
Frost/Nixon
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 122 minutos
Ano de Lançamento (EUA / Inglaterra / França): 2008
Site Oficial: www.frostnixon.net
Estúdio: Studio Canal / Working Title Films / Relativity Media / Imagine Entertainment
Distribuição: Universal Pictures / Paramount Pictures
Direção: Ron Howard
Roteiro: Peter Morgan, baseado em peça teatral de Peter Morgan
Produção: Tim Bevan, Eric Fellner, Brian Grazer e Ron Howard
Música: Hans Zimmer
Fotografia: Salvatore Totino
Desenho de Produção: Michael Corenblith
Direção de Arte: Brian O'Hara e Gregory Van Horn
Figurino: Daniel Orlandi
Edição: Daniel P. Hanley e Mike Hill
Efeitos Especiais: AFX Studios / Brainstorm Digital / The Seate Visual Effects

Elenco
Frank Langella (Richard Nixon)
Michael Sheen (David Frost)
Sam Rockwell (James Reston Jr.)
Kevin Bacon (Jack Brennan)
Matthew Macfadyen (John Birt)
Oliver Platt (Bob Zelnick)
Rebecca Hall (Caroline Cushing)
Toby Jones (Swifty Lazar)
Andy Milder (Frank Gannon)
Kate Jennings Grant (Diane Sawyer)
Gabriel Jarret (Ken Khachigian)
Jim Meskimen (Ray Price)
Patty McCormack (Pat Nixon)
Clint Howard (Lloyd Davis)
Rance Howard (Ollie)
Eloy Casados (Manolo Sanchez)
Jay White (Neil Diamond)
Wil Albert (Sammy Cahn)
Keith MacKechnie (Marv Minoff)
Jenn Gotzon (Tricia Nixon)
Mark Simich (Hugh Hefner)


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Entre os Muros da Escola

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SEM ARTIFÍCIOS
Bégaudeau e seus alunos, no papel de si mesmos: a única solução é tentar

Sinopse

Um professor tenta estimular seus alunos em sala de aula, mas enfrenta problemas com a falta de educação e o descaso deles em aprender algo.

Ficha Técnica: Título Original: Entre les Murs.
Origem:
França, 2008.
Direção:
Laurent Cantet.
Roteiro:
Laurent Cantet, François Bégaudeau e Robin Campillo, baseado em livro de François Bégaudeau.
Produção:
Caroline Benjo, Carole Scotta, Barbara Letellier e Simon Arnal.
Fotografia:
Pierre Milon, Catherine Pujol e Georgi Lazarevski.
Edição:
Robin Campillo e Stéphanie Léger.
Elenco:
François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaïdja Rachedi, Juliette Demaille, Dalla Doucoure, Arthur Fogel e Damien Gomes.

Site Oficial: http://www.entrelesmurs.ca/

Premiações:

Festival de Cannes - Palma de Ouro.

Indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Saiba mais: François Bégaudeau, protagonista de Entre os Muros da Escola, é também o autor do livro o qual o filme foi baseado.

Crítica

A visão que temos da educação nos países de primeiro mundo é a mais idealizada possível. Acesso gratuito e ensino de qualidade, professores bem remunerados e preparados para lecionar e alunos felizes e interessados em aprender. Afinal o que poderia lhes faltar em termos de qualidade de vida, não é mesmo?

Tudo bem, seu ponto de vista pode não ser tão otimista, mas com certeza, você pode imaginar que a realidade brasileira é muito distante da européia e que temos muito ainda que fazer para podermos nos comparar a países como Alemanha, Itália ou França.

Bem, temos muito que fazer, isso não resta dúvidas. Mas ao assistir a produção Entre os Muros da Escola, temos a plena consciência que os problemas educacionais podem ir muito além das queixas de dificuldade de acesso ao ensino, falta de opções ou qualificações.

Como você reagiria diante de alunos, com diversos problemas pessoais e familiares (e quem não os têm), completamente desinteressados em aprender as conjugações do pretérito imperfeito ou o teorema de Pitágoras? Com você reagiria diante de manifestações claras de indisciplina e agressividade, déficits de atenção, hiperatividade? A melhor solução seria ensinar esses alunos a pensar por si próprios, ou apenas premiar quando acertam a tabuada e punir quando faltam com o respeito? Difícil dizer.

Até mesmo entre os professores não há consenso entre as metodologias de ensino, metodologias de valorização do estudante ou práticas de advertência e punições. Nem sempre o objetivo maior – formar cidadãos e ensinar os alunos a pensarem por si próprios – é levado em consideração. Falta de informação ou mera divergência de opiniões? Um pouco de cada.

Vale uma menção: há uma cena formidável no final do filme, quando o professor Marin, no último dia de aula, pergunta aos seus alunos o que aprenderam durante o ano. A resposta de uma das alunas chama atenção. Quando perguntada se gostava dos livros que lia no colégio respondeu que achava todos inúteis, que preferia escolher por conta própria. Então o professor pergunta: e qual livro que você leu e gostou? “A República de Platão”, responde a aluna. A resposta não poderia ser mais surpreendente. Sinal que nem tudo está perdido.

Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, Entre os Muros da Escola se mostra uma contundente “aula” de reflexão sobre as práticas pedagógicas e as diferentes maneiras de se lidar com o problema. Filme obrigatório para professores e educadores e que, não tenho dúvidas, quando sair em DVD deve virar tema de estudo em sala de aula. Imperdível.





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Valsa com Bashir

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AUTOR E PROTAGONISTA
Folman, em sua versão em desenho: registros tão terríveis que a memória os rejeita

No extraordinário Valsa com Bashir, um documentário em animação, o cineasta israelense Ari Folman tenta entender por que apagou suas lembranças como combatente na Guerra do Líbano

Isabela Boscov



Há alguns anos, o cineasta israelense Ari Folman se deu conta de que não tinha nenhuma lembrança de sua participação na Guerra do Líbano, em 1982, aos 19 anos. Exceto por uma imagem na qual ele emergia de noite do mar, junto com outros dois soldados, e dava com Beirute iluminada por explosões, nada restara. Mais intrigante ainda é que Folman nunca sequer tentara lembrar alguma coisa; simplesmente se esquecera de que sua vida continha esse capítulo. Com a curiosidade atiçada por um amigo, que lhe narrou um sonho recorrente no qual 26 cães o perseguiam – o número exato de cães que ele matara em suas missões, para evitar que alertassem o inimigo da presença de tropas –, o cineasta decidiu revolver seu subconsciente e o dos companheiros de combate para reconstituir seu passado. O resultado dessa jornada, Valsa com Bashir (Waltz with Bashir, Israel, 2008), que estreia nesta sexta-feira no país, é um filme que existe numa categoria só sua: um documentário autobiográfico feito em desenho animado, no qual história, experiência pessoal e a reflexão sobre o significado da memória – ou da sua obliteração – se entrecruzam de forma devastadora.

De início, pode parecer peculiar que Folman tenha escolhido a animação para narrar a sua busca. Mas não demora para que os motivos dessa escolha comecem a se aclarar. De cada depoimento de seus colegas de batalha, passa-se para uma recriação dos episódios que eles rememoram – a qual, feita com atores, exigiria orçamento de superprodução. Mais importante, porém, é que logo se vê quanto as lembranças de cada indivíduo são escorregadias: os relatos são conflitantes, têm pontos cegos ou hiatos inexplicáveis, e não parecem conter um nexo cronológico. Cada veterano que Folman procura oferece a ele uma história própria e fluida, na qual detalhes são esfumaçados ou ressaltados conforme sua relevância para cada indivíduo. Usar imagens reais daria aos testemunhos a dimensão de um documento real – mas o uso da animação preserva o sentido de que todas as memórias são traiçoeiras.

No mosaico que Folman vai montando, nenhuma lacuna é mais conspícua do que a dele mesmo. Folman não se lembra das noites que passou sobre um tanque, atirando em tudo e qualquer coisa; do dia em que ele e outros soldados liquidaram uma família num carro, acreditando tratar-se de elementos hostis; ou da ocasião em que alvejou um menino que ia disparar um projétil. Folman não se lembra, particularmente, de onde estava e do que fez durante o massacre de Sabra e Chatila. Nesse episódio crucial da Guerra do Líbano, falangistas cristãos mataram estimados 3 000 refugiados palestinos em retaliação ao assassinato do presidente eleito Bashir Gemayel; as forças israelenses não participaram do massacre, mas o propiciaram, segundo as conclusões de uma comissão formada pelo próprio governo de Israel. Esse é o intervalo de memória que mais incomoda o cineasta, e é dele que ele se ocupa sem descanso – até entender a razão do vazio. Filho de sobreviventes do campo de extermínio de Auschwitz, como tantos outros israelenses de sua geração, Folman cresceu sob o peso da palavra "massacre" e de sua dimensão relativa ao holocausto. Imaginar-se ele próprio agente, ainda que involuntário, de um ato genocida é tão insuportável que a memória rejeita o registro. No ponto em que Folman finalmente consegue se situar naqueles dois dias de mortandade em Sabra e Chatila, a animação é trocada por imagens reais, e horrendas. É um momento de coragem ímpar: com ele, Valsa com Bashir estabelece que afinal existe sim uma verdade objetiva, e que se atravessou uma linha no conflito entre Israel e seus vizinhos – o limite em que soldados retornam não apenas física, mas também espiritualmente mutilados, e em que um povo colabora para produzir cenas como aquelas de que, décadas antes, fora ele mesmo vítima.





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O Pianista

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Sinopse
O pianista judeu-polonês Wladyslaw Szpilman (Adrien Brody) consegue escapar da deportação da família para um campo de concentração e começa a sobreviver nas ruínas do gueto de Varsóvia. Lá, ele é humilhado e mal tratado, mas encontra em um oficial alemão a sua tábua da salvação. Baseado na autobiografia de Wladyslaw Szpilman, sobrevivente do nazismo. Ganhador da Palma de Ouro em Cannes, em 2002.

Resenha

Isabela Boscov

Quase todas as histórias a respeito de sobreviventes do holocausto contêm algum momento de heroísmo. Mas, para cada uma delas, é provável que haja outra como a do judeu polonês Wladyslaw Szpilman, em cujas memórias da perseguição nazista se baseia O Pianista (The Pianist, França/Polônia/Alemanha/Inglaterra, 2002), que estréia nesta sexta-feira no país. Szpilman tocava o Noturno de Frédéric Chopin num programa da rádio de Varsóvia, em 1939, quando os alemães entraram na cidade. Os Szpilman – pai, mãe, duas filhas e dois filhos, entre eles Wladyslaw – viviam bem e eram instruídos. Como muitas outras famílias judias, reagiram com certa incredulidade aos primeiros sinais de segregação. Quando a Inglaterra declarou guerra a Adolf Hitler, acharam que tudo logo se resolveria. Estavam, claro, enganados. A queda foi rápida, como narra Szpilman no livro que publicou em 1946. Primeiro veio a limitação das quantias em dinheiro que os judeus podiam guardar. Depois, as braçadeiras com a estrela-de-davi, a proibição de entrar em restaurantes, de sentar nos bancos dos parques, de freqüentar escolas. Em seguida, o transporte para o gueto, os trabalhos forçados, a fome, as execuções casuais, os cadáveres largados pelas ruas, a deportação para os campos e o extermínio.

Essa escalada tétrica já foi amplamente documentada. O que há de diferente em O Pianista é que Wladyslaw (soberbamente interpretado pelo americano Adrien Brody) não é um herói, pelo menos não na acepção do termo. O músico sobreviveu durante seis anos sem sair de Varsóvia – um entre talvez duas dezenas de judeus que o conseguiram –, às vezes por causa de sua música, outras vezes por sorte. Quase sempre, contudo, resistiu simplesmente por ser capaz de resistir – por se humilhar para pedir ajuda, por ter paciência para enfrentar a solidão, por não ceder ao desespero da fome, por não enlouquecer com o tédio. E também por ter enfrentado a culpa de todos os que não foram mortos – o de viver cada dia a mais como uma conquista e um castigo, conforme mostra em seu filme o diretor polonês Roman Polanski, também ele um sobrevivente do nazismo.

Polanski nasceu em Paris, mas tinha 6 anos e morava em Cracóvia desde os 3 quando a guerra começou. Todas as tentativas de escondê-lo com alguma família não-judia resultaram em fracasso. No dia em que o gueto foi liquidado, seus pais foram para o campo de concentração de Auschwitz. Ele só não teve o mesmo destino porque, na última hora, seu pai fez com que ele fugisse por um buraco no muro. A mãe de Polanski, que estava grávida de quatro meses, foi quase que diretamente para a câmara de gás. Seu pai sobreviveu, mas os dois só se reveriam muito depois de terminado o conflito. Durante a guerra, Polanski vagou pelo interior da Polônia (onde em várias ocasiões serviu como alvo móvel para soldados alemães) ou se refugiou com camponeses. Encontrado por fim por um tio, o garoto foi morar com os parentes, mas era tido como intratável e egocêntrico. Ao mesmo tempo, relatou um membro da família à revista The New Yorker há alguns anos, não havia quem não se dobrasse ao seu charme e otimismo. Desde o início brilhante de sua carreira, na Polônia dos anos 50, Polanski se destacava pela total ausência de sentimentos de inferioridade, quase uma epidemia no massacrado Leste Europeu de então. "Era como se ele estivesse disparando rumo ao futuro", descreveu o cineasta Andrzej Wajda. Outros diziam que ele era mesmo como um foguete – mas em fuga do passado.

No início dos anos 60, Polanski ganhou projeção mundial com o suspense A Faca na Água. Daí para a França e os Estados Unidos, os passos foram curtos. Depois do sucesso de O Bebê de Rosemary, em 1968, poucos cineastas eram tão disputados quanto ele. Poucos também viviam tão à grande e tinham amigos tão animados. Em 9 de agosto de 1969, o diretor estava em Londres quando foi avisado de que sua mulher, a atriz americana Sharon Tate, fora assassinada aos oito meses de gravidez, junto com outras quatro pessoas, em sua própria casa, pelo psicopata Charles Manson e seus seguidores. Choveram insinuações de que Polanski havia cortejado esse horror com seu estilo de vida e seus filmes. Essa imagem de dissolução ganhou força redobrada quando, em 1977, ele foi preso por ter mantido relações sexuais com uma menina de 13 anos, Samantha Geimer.

Polanski estava fazendo um ensaio fotográfico para uma revista e Samantha era uma de suas modelos. Depois de fotografar a menina na casa dela, ele pediu para levá-la para outra locação. Apesar da notória preferência de Polanski por mulheres muito jovens, a mãe da garota consentiu em que ela fosse sozinha. Samantha e Polanski foram parar na casa – vazia – de Jack Nicholson, seu amigo desde Chinatown. Hoje casada e mãe de três filhos, Samantha diz ter sido embebedada e drogada pelo diretor, e seduzida contra sua vontade. Polanski alega que, pelo ânimo e experiência da menina, nunca adivinharia sua idade. Denunciado pela mãe de Samantha no dia seguinte, o diretor passou 42 dias na prisão, para avaliação psicológica (da qual saiu com ótimas notas). Pelo acordo entre defesa e promotoria, ele responderia apenas à mais leve das seis acusações. O juiz, porém, mudou de idéia. Avisado de que iria ser preso de novo e então deportado, Polanski fugiu na hora para Paris – por ser cidadão francês, está livre da extradição. Segundo as autoridades americanas, nada mudou desde então: se Polanski voltar, vai para a cadeia. Ou seja, não pode comparecer ao Oscar, ao qual está sendo indicado pela quarta vez. Nas várias vezes em que foi indagado sobre essa questão, o diretor respondeu que sente saudade da eficiência de Hollywood, mas tem paz em Paris. Aos 69 anos, casado desde 1989 com a atriz francesa Emmanuelle Seigner, 33 anos mais jovem, e pai de duas crianças, Polanski diz inclusive ser grato às tragédias e erros do passado, já que eles é que o conduziram ao que é e tem hoje.

Superficialmente, a revisão de parte desse passado em O Pianista pode ser lida como uma anomalia na carreira do diretor, que sempre afirmou que sua biografia e seus filmes são departamentos distintos, e que só filmou a história de Szpilman porque ela não é a sua. Há alguns anos, porém, a crítica começou a se dar conta de que nada ilumina os filmes de Polanski melhor do que aquilo que a sua biografia lhe ensinou – a claustrofobia do gueto, a persistência do mal, o imperativo da fuga. Ou ainda o instinto de resistir e olhar à frente. Visto por esse ângulo, O Pianista é mais do que autobiográfico. É um testamento. É um testamento.

FICHA DO FILME

  • Título original: The Pianist
  • Diretor: Roman Polanski
  • Elenco: Adrien Brody, Thomas Kretschmann, Frank Finlay, Maureen Lipman, Ed Stoppard, Julia Rayner, Jessica Kate Meyer, Emilia Fox
  • Gênero: Drama
  • Duração: 148 min
  • Ano: 2002
  • Cor: Colorido

DADOS DO DVD

  • Extras: Documentário "Story of Survival" (Bastidores), além de entrevistas (com Brody, Polanski, as mesmas da edição americana mas legendadas), notas sobre o elenco, diretor e trailer
  • Idioma: Inglês (Dolby Digital 2.0 e 5.1) e português (2.0)
  • Legendas: Português e inglês
  • Ano: 2002
  • Link para o trailer: http://www.youtube.com/watch?v=itR0-I9idXk

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Cyrano (Cyrano de Bergerac)

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Sinopse

Espadachim e poeta do século 17, Cyrano ( magistralmente interpretado por Gerard Depardieu - prêmio de melhor ator em Cannes ), com um nariz descomunal apaixona-se por sua prima Roxanne. Complexado com o tamanho do seu avantajado nariz, não tem coragem de declarar seu amor. Adaptação cinematográfica da peça homônima de Edmond de Rostand. Não perca!


Ficha Técnica

Título Original: Cyrano De Bergerac
Título Nacional:
Cyrano De Bergerac
Gênero: Drama
País de Origem: França
Duração: 02:17:00
Ano: 1990
Diretor:
Jean-paul Rappeneau

Elenco:Gérad Depardieu, Anne Brochet; Vincent Perez; Jacques Weber; Roland Bertin; Philippe Morier-genoud; Pierre Maguelon; Josiane Stoléru; Anatole Delalande; Alain Rimoux; Philippe Volter; Jean-marie Winling; Louis Navarre; Gabriel Monnet; François Marié; Pierre Triboulet; Baptiste Roussillon; Christian Roy; Jacques Pater; Christian Loustau; Alain Perez; Franck Jazédé; Eric Bernard; Frank Ramon; Alain Dumas; Hervé Pauchon; Luc Alexander; Pierre Aussedat; Yves Aubert; Jean-damien Barbin; Gérard Beaume; Cecile Camp; Dominique Chevalier; Nicole Chomo; Christine Culerier; Michel Fau; Nicole Félix; Catherine Ferran; Éric Frey; Claudine Gabay; Balázs Galkó; Philippe Girard; Amélie Gonin; Isabelle Gruault; François-xavier Hoffman; Sandrine Kiberlain; Françoise Lervy; Madeleine Marion; Georges Mavros; Vincent Nemeth; Jérôme Nicolin; Quentin Ogier; Lucien Pascal; Eric Picou; Stéphane Roux; Ludivine Sagnier; Maurice Sarfati; Marc Soriano; Benoît Vergne; Louise Vincent; Laurent Vivier; Michel Vuillermoz; Vincent Winterhalter;


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AS AVENTURAS DE MOLIÈRE

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Resenha

Já pensou se você pudesse ser testemunha da trajetória criativa deste ou daquele gênio da arte? O cinema pode. Ou pelo menos imagina o que poderia ter acontecido em determinado momento obscuro da vida desses artistas maravilhosos. Foi assim com Shakespeare apaixonado, Minha Amada Imortal, sobre Beethoven; Amadeus, sobre Mozart; Eclipse de uma paixão, sobre Rimbaud e Velaine e agora sobre a vida de Jean-Baptiste Poquelot, mais conhecido como Molière.

A biografia de Molière cita uma longa e enigmática ausência quando ele tinha 22 anos, com base nesse dado, os roteiristas Laurent Tirard e Grégoire Vigneron conceberam uma trama inteligente e divertida: Moliére, neste período, teria sido praticamente sequestrado por um mecenas, casado, mas desejoso de conquistar uma jovem da sociedade por meio de um texto teatral. O milionário apaixonado teria então contratado Molière como seu consultor, sem sequer desconfiar, porém, que o dramaturgo (ainda não famoso) se apaixonaria pela própria esposa do mecenas. Este episódio teria modelado todo o caminho de sucesso que o protagonista viveria em seus próximos anos. O filme é pura ficção, contudo deu margem à construção de uma narrativa alegre, bem estruturada e encantadora.

As aventuras de Molière é um filme sedutor, delicioso e engraçado, ao mesmo tempo em que é crítico das atitudes humanas. Além do mais, como toda comédia clássica que se preze, tem um roteiro eficiente e reforçado pela primorosa interpretação de todo o elenco, o que garante boas gargalhadas. Romain Duris (de O Albergue Espanhol) vive um Molière picaresco e sagaz, enquanto que Laura Montante (de Medos Privados em Lugares Públicos) é a bela Elmire, esposa de Jourdain, o rico e ridículo mecenas, interpretado por Fabrice Luchini (de O Insolente). Não obstante, é digna de nota a construção da personalidade patética de Jourdain, um homem sem nenhuma aptidão artística, mas que acredita, às raias do burlesco, que seu infindável dinheiro possa lhe comprar prestígio, fama, títulos de nobreza e respeito.

Há ainda, sequencias de rara beleza como a de Molière e Elmire ensaiando seu primeiro encontro diante de dois espelhos separados apenas por uma parede.

Trata-se de um filme hilariante, cheio de surpresas, de alta qualidade. Diversão garantida.

Sinopse
O filme começa com a volta de Molière (Romain Duris) à Paris, famoso e bem sucedido, depois de 13 anos viajando e se apresentando pela França. Apesar de seu nome ser sinônimo de comédia, Molière tem intenção de apresentar uma tragédia no Teatro Real. Sua trupe lhe diz que ele não sabe interpretar tragédias, e o próprio rei da França lhe pede por uma comédia. Mas Molière só se convence do fato depois de visitar uma mulher misteriosa que, à beira da morte, pediu que ele viesse lhe visitar. Quem seria ela?

O filme então faz um flashback treze anos no passado, quando Molière foi jogado na cadeia por causa de uma dívida. Ele é libertado e levado à casa de Monsieur Jourdain (Frabrice Luchini), um homem casado que nutre uma paixão por uma marquesa viúva. Ele quer que Molière lhe ensine a representar para que ele conquiste o coração dela. A esposa de Jourdain, Elmire (Laura Morante) é uma bela mulher, negligenciada pelo marido. Molière se interessa por ela mas, a mando de Jourdain, está disfarçado como um padre chamado Tartufo, que estaria na casa para ensinar a filha mais nova do casal. A partir dessa situação se constroem várias pequenas farsas envolvendo artifícios conhecidos do teatro, como o uso de identidades secretas, pessoas escondidas em baixo da mesa para escutar a conversa dos outros, declarações de amor feitas por pretendentes misteriosos, e assim por diante. Tudo, usando personagens ou situações vindas de peças de Molière como "O Misantropo" e "Tartufo".

FICHA TÉCNICA
Filme:
Aventuras de Molière, Um Irreverente e Adorável Sedutor, As, França, 2007
Direção: As Aventuras de Molière, Um Irreverente e Adorável Sedutor
Roteiro: Laurent Tirard , Grégoire Vigneron
Fotografia: Gilles Henry
Elenco Principal: Romain Duris, Fabrice Luchini
Elenco Coadjuvante: Gonzague Montuel, Edouard Baer,Gilian Petrovski, Luc Tremblais, Nicolas Vaude, Philippe Du Janerand, Laura Morante, Ludivine Sagnier, Fanny Valette, Sophie-Charlotte Husson, Anne Suarez, Annelise Hesme, Isabelle Caubère
Gênero: Comédia
Duração:
120 min.

Atores:
edouard baer
fabrice luchini
gilian petrovski
gonzague montuel
luc tremblais
nicolas vaude
philippe du janerand
romain duris

Atrizes:
anne suarez
annelise hesme
fanny valette
isabelle caubère
laura morante
ludivine sagnier
sophie-charlotte husson

QUEM FOI MOLIÈRE?

Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (baptizado em Paris a 15 de Janeiro de 1622 – 17 de Fevereiro de 1673 foi um dramaturgo francês, além de ator. É considerado um dos mestres da comédia satírica. Teve um papel de absoluta importância na dramaturgia francesa, até então muito dependente da temática da mitologia grega. Usou as suas obras para criticar os costumes da época, criando o lema "ridendo castigat mores". É considerado o fundador, indirecto, da Comédie-Française. Dele, disse Boileau: Dans le sac ridicule où Scapin s'enveloppe je ne reconnais plus l'auteur du Misanthrope - ("No saco ridículo onde se envolve Escapino, não reconheço mais o autor de O Misantropo"). Como diretor, ficou também conhecido pelo seu rigor e meticulosidade.







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