Campanha promocional de "Coraline" dá um show!

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Coraline: Janela Interativa
Coraline, o tão esperado filme de animação baseado no romance “infantil” homônimo, de Neil Gaiman, vem chamando a atenção pela ousadia de sua produção. Para seu lançamento foi preparado um esquema promocional diferenciado. Todas as ações de mídia e não mídia para o lançamento do filme foram coordenadas pela agência Wieden + Kennedy, uma das mais respeitadas do mundo.

Em uma das ações (não mídia), janelas interativas foram espalhadas por sete cidades importantes dos EUA. As "janelas", criadas em parceria com a Inwindow Outdoor, tinham forma de espelho e utilizavam de várias tecnologias, como vídeo, áudio, captura de movimento, hologramas e realidade aumentada, dando às pessoas a simulação de estarem com olhos transformados em botões pretos.

No filme, ao encontrar uma dimensão lúdica e cheia de fantasias, Coraline percebe que as pessoas não têm olhos. No lugar de pupilas, há botões pretos, indicando que aquelas almas foram parar em algum outro espaço.

Confira o vídeo produzido pela Inwindow Outdoor com as imagens das “janelas” e a reação das pessoas que participaram da ação.


Não deixe de ler o livro e assistir ao filme. É imperdível, um dos melhores lançamentos previstos para 2009/2010!


Artigo sobre Coraline:

CORALINE: O OUTRO LADO DO ESPELHO DE NEIL GAIMAN

Como um romance escrito para crianças pode ser uma das melhores
leituras para adultos nos últimos tempos
por Enéias Tavares

"Enquanto dizia essas palavras, seu pé escorregou, e no momento seguinte, tchumbum! Estava com água salgada até o queixo… No entanto, ela logo entendeu que estava na poça de lágrimas que tinha chorado. ‘Gostaria de não ter chorado tanto!’ disse Alice, enquanto nadava ao redor, tentando encontrar o seu caminho. ‘Vou ser castigada por isso agora, pelo visto, morrendo afogada nas minhas próprias lágrimas! Vai ser esquisito, com certeza!
Mas tudo é esquisito hoje.’”

Quando pronunciou essas sílabas, no capítulo dois de Alice no País das Maravilhas , de Lewis Carroll, mal sabia a pequena Alice que estava colocando em simples palavras o enigma da infância encerrado dentro de cada um de nós: não apenas a pressão do mundo adulto para crescermos sábios e fortes, como também a estranheza de um mundo em que os pais estão longe e todo um universo nada mais é do que, segundo Alice, esquisito. Recauchutando essa idéia de forma mais do que original, o escritor inglês Neil Gaiman brindou-nos com a melhor versão moderna do romance de Carroll: um livro para crianças, que deve também ser lido por adultos, chamado Coraline .

Quando a graphic novel em três edições Orquídea Negra foi publicada pela DC Comics em 1988, tanto seu autor Neil Gaiman como seu ilustrador, Dave McKean, eram praticamente desconhecidos fora da Inglaterra. Com o sucesso de Orquídea Negra e com a contínua parceria da dupla, como roteirista e capista, respectivamente, na série mais premiada dos quadrinhos, Sandman (de 1989 a 1994), já era de se esperar que a dupla voltasse a trabalhar novamente em outros projetos, o que de fato aconteceu. Assim, quando foi anunciado em meados de 2001 que estavam preparando um pequeno romance para crianças, a atenção não foi pequena. Em 2002, lançaram o tão aguardo romance Coraline , escrito por Gaiman, com ilustrações e capa de McKean. Diferente de Sandman , em que o foco principal era uma história adulta escrita por um adulto para adultos, em Coraline temos uma balada sombria que deve ser tocada para crianças. Mas não para qualquer criança. Caso raro na literatura infanto-juvenil atual, Coraline é indicado para crianças que se recusam a ser hipnotizadas pela televisão e também para a criança perdida dentro de cada um de nós, que no decorrer da adolescência e da vida adulta acabou se perdendo na burocracia da responsabilidade.

coraline 2 [Romance] Coraline   Neil Gaiman   Leia o livro, assista o filme! A história começa com a filha única Coraline (e que não a chamem de Caroline!) mudando-se com seus pais para um apartamento reformado, que antigamente era uma grande mansão. Nela, Coraline descobre uma porta que às vezes dá para uma parede de tijolos e às vezes para um outro mundo “quase” igual ao seu. Nesse novo e alternativo mundo, Coraline poderia aparentemente ser bem mais feliz que na vida com que estava acostumada. Seus brinquedos têm vida própria, pode-se comer batatas fritas toda hora, sempre tomar refrigerante no lugar de água e ir dormir a hora que quiser. Além disso, nesse mundo os pais de Coraline podem e querem brincar com ela todo o tempo. O único porém é que, no lugar de olhos, eles têm botões de camisas costurados, e para Coraline ficar ali, deve também deixar sua querida outra mãe costurar um botão em cada um dos seus. Para a protagonista, tudo é uma simples questão de escolha, até que sua outra mãe aprisiona seus pais verdadeiros, fazendo com que ela fique completamente sozinha em sua verdadeira casa. Sua única opção é voltar para o mundo atrás da parede de tijolos na esperança de resgatar seus pais.

Lidando com temores infantis, e muitas vezes também adultos, como solidão, tristeza e indecisão, Gaiman vai montando o seu pequeno romance como uma cantiga de ninar que aos poucos se transforma numa pesada e violenta canção noturna. Com diversas referências a Shakespeare, Edgar Allan Poe, Lewis Carroll e à obra prima de Roman Polanski O Bebê de Rosemary , só para citar algumas, Neil Gaiman demonstra um domínio perfeito de sua prosa concisa, rápida e afiada. Assim, se Carroll escreveu um livro de crianças para adultos, Gaiman consegue aqui transcender isso, ao escrever um livro adulto para crianças.

No decorrer da cada um dos 13 capítulos, Coraline encontra-se com um elenco invejável de personagens coadjuvantes. Abaixo de seu apartamento, moram as idosas senhoritas Spink e Forcible, ex-atrizes de teatro que dedicam horas a conversar sobre filmes antigos e a cuidar de seus três cães escoceses. Acima, vive um velho de bigode chamado senhor Bobo que entre outras coisas está a treinar um Circo de Ratos, embora eles estejam com uma dificuldade enorme de tocar no compasso certo. Ainda a destacar são as crianças presas atrás do espelho, destino igual ao de Coraline se não conseguir encontrar seus pais e voltar para seu mundo. Os pais da protagonista são atenciosos e amorosos com sua pequena filha, embora tenham que ficar tempo demais na frente do computador “ fazendo coisas de adultos”. No capítulo V, encontramos uma das mais tocantes e sinceras descrições de coragem e amor paterno num acontecimento lembrado por Coraline quando seu pai a salvou de um enxame de vespas ainda em sua antiga casa.

coraline 3 [Romance] Coraline   Neil Gaiman   Leia o livro, assista o filme! Essa distância necessária da pequena Coraline de seus pais ocupados é um dos pontos altos da narrativa de Gaiman. A história de Coraline nos faz pensar sobre os meses e os anos que pais perdem quando não vêem seus filhos crescendo por estarem ocupados demais, por serem responsáveis demais ou por serem, simplesmente, adultos demais. Marco Aurélio, um dos mais sábios Césares do passado, em uma frase usada por Ridley Scott em seu Gladiador , escreveu que “os pecados de um filho refletem os pecados de seus pais”. Talvez o distanciamento dos jovens hoje nada mais seja do que um reflexo do afastamento de seus pais, fato não tão preocupante na geração passada. No caso de Coraline, lhe é oferecido em seu outro lar tudo o que faltaria no verdadeiro: a atenção de seus pais.

Mas quem realmente rouba todos os capítulos em que aparece, ficando mudo ou falando, é definitivamente o Gato Preto. No capítulo IV, Coraline, já do outro lado da porta, pergunta ao Gato Preto se poderiam ser amigos. O gato responde : “Sim, poderíamos ser amigos. Como também poderíamos ser espécimes raros de uma raça exótica de elefantes africanos dançarinos. Mas não somos. Pelo menos eu não o sou” . Depois de perguntar seu nome, Coraline recebe a seguinte resposta : “Gatos não tem nomes… Vocês pessoas têm nomes. Isso é porque vocês não sabem quem vocês são. Nós sabemos quem somos, portanto não precisamos de nomes”. Sempre com uma língua afiada e com unhas mais afiadas ainda, o Gato Preto por fim torna-se amigo de Coraline para, no desfecho da trama, ter um papel decisivo no confronto com a outra mãe que acaba se revelando a grande vilã da história.

Por fim, Neil Gaiman, monta, em Coraline , uma de suas melhores galerias de personagens, e isso falando do homem que deu vida aos perpétuos de Sandman e ao mundo de fadas, heróis, monstros e estrelas caídas de Stardust . Numa alusão a nossa infância, ele apresenta o pesadelo de cada um de nós: o de viver prisioneiro dos nossos próprios sonhos e desejos. Próximo do final da narrativa, um dos personagens diz a Coraline: “E se você fizer tudo o que jurou que faria? E daí? Nada mudou. Você vai pra casa. Vai se entediar. Vai ser ignorada. Ninguém vai ouvir você, ouvir realmente. Você é esperta demais e quieta demais para que eles a compreendam. Eles sequer sabem falar o seu nome. Fique aqui conosco. Nós te ouviremos, brincaremos e riremos com você. Sua outra mãe construirá mundo inteiros para você explorar e rasgar a cada noite quando tiver acabado. Cada dia será melhor e mais brilhante do que o anterior. Lembra-se da caixa de brinquedos? Não seria melhor o mundo construído daquele jeito e somente para você?…Se ficar aqui, terá tudo o que quiser!” E é nesse ponto que Gaiman propõe à sua protagonista, e a todos nós, uma escolha entre ser deus e ser humano, tendo de um lado a realização completa de todos os nossos desejos, e do outro, a nossa vida como sempre a vivemos, com todos os seus pequenos grandes momentos de alegrias, dores, amizades, lágrimas, vitórias, tombos, desapontamentos e amores. A pergunta que gruda em nossa mente é: “O que nós escolheríamos?” Coraline não pestaneja ao responder: “Você realmente não entende não é? Eu não quero tudo o que eu quiser! Ninguém quer. Não realmente. Que graça teria ter tudo o que se deseja? Em um piscar de olhos e sem o menor sentido? E daí?… É claro que você não entende. Afinal você é apenas uma cópia ruim de um ser humano. Talvez nem isso.” Quanto a nós, certamente escolheríamos o mesmo, se já não fossemos tão adultos.coraline 4 [Romance] Coraline   Neil Gaiman   Leia o livro, assista o filme!

Assim, Neil Gaiman nos brinda novamente com um passeio pelos nossos próprios sonhos e pesadelos, agora ao lado da pequena e esperta Coraline. Ao seu lado, Dave McKean nos apresenta algumas das suas mais assustadoras e belas ilustrações, junto a uma de suas mais impressionantes capas. O que fica somos nós e nossas escolhas, entre continuarmos a ser adultos ou, uma vez ou outra, dar uma espiada atrás da porta que dá para a parede de tijolos. Talvez algum dia, ou em alguma noite, venhamos a encontrar um longo e escuro corredor que nos levará aos sonhos e aos desejos perdidos de nossa longínqua infância.




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Na sala de aula

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O cinema e a sala: apreciação e leitura fílmica
Prof. Ms Claudemir Ferreira
http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=48

O cinema atingiu uma evolução tecnológica altamente sofisticada e se transformou em uma das linguagens de expressão visual mais significativas da cultura contemporânea, definindo-se como a 7ª Arte. Considerado uma das principais invenções científico-culturais, caracteriza-se pelo registro, projeção e ampliação de um conjunto de sons e imagens em movimento.

O cinema, há mais de cem anos, permite ao homem produzir e consumir uma variedade de imagens que servem tanto para entretenimento passivo, quanto para a difusão de idéias, emoções e expressões mais elaboradas. A produção fílmica, inicialmente destinada ao cinema, conquistou um espaço ainda mais significativo com o advento da televisão, do vídeo e da multimídia. Como linguagem de interesse premente de expressiva versatilidade, compreende, além de um corpo de conhecimento notável, mecanismos de interface com outras linguagens, dialogando com várias expressões artísticas: o teatro, a dança, a literatura, a poesia, as HQ, a música, a moda, a fotografia e as artes plásticas. Essa combinação envolve todos os sentidos e amplia ainda mais a materialidade de um filme.

Desde sua invenção, o cinema compreende temas gerais, científicos, filosóficos, históricos, cotidianos, poéticos ou culturais, registrando, por meio da imagem em movimento, todos os tipos de assunto. Não há nenhuma novidade, portanto, em dizer que o cinema, nesse sentido, mais do que um objeto estético com especificidades próprias constitui uma linguagem de formação. Com freqüência, entretanto, é visto de forma superficial e subjetiva, descaracterizando seu potencial como linguagem de conhecimento. Consideramos, portanto, que está em tempo de desenvolver competências para saber ver um filme.
Todo filme requer compreensão como suporte efetivo do pensamento e da reflexão e pode ser utilizado como recurso didático para uma formação mais profunda, reflexiva e crítica.

Ver filmes, entretanto, compreende olhares diferenciados, num processo integrado que parte da perspectiva de que é tão importante sua apreciação quanto sua leitura. Tal apreciação e leitura, entretanto, requer um mínimo de informações acerca de aspectos variados sobre a sua linguagem e sobre os meios utilizados para sua análise. Realizar uma leitura fílmica denota descontruí-lo para reorganizá-lo posteriormente dando-lhe significados antes não percebidos.

A elaboração de um aparato que viabilize procedimentos de apreciação e leitura fílmica é um dos primeiros passos para que essas vivências compartilhadas, principalmente em sala de aula, tornem-se significativas para os alunos.

Uma análise fílmica requer a aproximação de um conjunto de conhecimentos complexos e abrangentes sobre diferentes abordagens analíticas, como também destacam-se as necessidades de conhecimentos prévios sobre a linguagem fílmica, seus gêneros, sua história, técnicas e meios de produção. Nosso objetivo, entretanto, não é formar críticos de cinema com essa proposta, mas desenvolver uma metodologia que facilite, como referido, a apreciação e a leitura de um filme, pois ver um filme de forma significativa é uma atividade como outra qualquer, que se pode apreender e desenvolver.

Inserir, portanto, a apreciação significativa dentro de limites estratégicos, como prática pedagógica, não somente possibilita estabelecer relações entre conteúdos e conhecimentos particulares, mas também amplia o conhecimento do cinema como uma linguagem de arte. Por outro lado, mesmo tendo aproveitamento diversificado, não há uma metodologia pronta. Educar para uma leitura fílmica significa sensibilizar-se, saber sensibilizar, formar o sujeito por meio da experimentação e envolvê-lo em todo processo de ensino-aprendizagem.

Portanto, o cinema ajusta-se como recurso didático, pois se trata de uma linguagem inventiva, uma narrativa composta de uma sucessão de espaço e tempo, circunscrita entre o início e o fim de sua projeção, que comporta temas e conteúdos diversos.

É preciso então que o professor seja mediador e que esteja preparado para explorar um filme colocado à disposição de seus alunos, para que o filme ganhe sentido didático e propicie o aprendizado.

Selecionar um ou outro filme pode ser justificado inicialmente pela temática. O cinema é eminentemente temático e seus conteúdos são ilimitados. Quase tudo já foi filmado, desde os temas mais cotidianos até mesmo históricos, filosóficos, sociais, ideológicos, religiosos, culturais, conceituais, psicológicos. Mas não podemos esquecer que o cinema não é ingênuo, portanto, nosso olhar não deve ser ingênuo. Apreciar e ler um filme significa ler todos os seus elementos tanto objetivos, como subjetivos, e estabelecer e identificar temáticas também requer o exercício, a prática e a vivência com a linguagem do cinema.

Ao tecer uma proposta metodológica utilizando-se da linguagem cinematográfica é necessário levar em conta alguns aspectos: a) O primeiro contato traz entretenimento, impressões e emoções que nascem do espectador em relação ao objeto-filme; analisá-lo não significa suprimir esse momento; b) Analisar um filme implica revê-lo algumas vezes, numa sala de cinema, por meio do vídeo, DVD ou multimídia, pois a memória muitas vezes nos engana; c) A emoção do primeiro contato e a cognição sensata do segundo caracterizam um procedimento emocional elaborado, portanto significativo.

A seguir, apresento uma sugestão de procedimentos didáticos a serem desenvolvidos pelo professor. Nota-se, no entanto, que é um exercício de experimentação e que os procedimentos metodológicos adotados dependerão da disponibilidade de tempo e espaço, conhecimento prévio sobre diversos aspectos relativos à linguagem do cinema, textos de apoio, debates oferecidos, atividades didáticas, redação, repertório cultural, recursos disponíveis e projetos de ação.

A experiência pode seguir, de modo geral, 04 (quatro) etapas, a saber:

a) planejamento e preparação; b) apresentação e exibição; c) debate e reflexão; d) conclusão e verificação.

a) Planejamento e preparação

  • Refere-se ao planejamento e à pesquisa de filmes de interesse geral, que possam ampliar o repertório do grupo ou que complemente conteúdos específicos do curso com objetivos determinados. Os filmes podem abordar qualquer temática e serem suscetíveis de enquadramentos diversos e multidisciplinares, entretanto, sua escolha deverá levar em conta, por meio de sondagem, preferências e adequação de faixa etária do grupo.

  • Ainda na fase de preparação, o professor poderá vivenciar anteriormente a experiência de ver, analisar o filme e buscar possíveis temas a serem discutidos de acordo com seu planejamento ou proposta. A análise poderá compreender a qualidade do material selecionado, um relato síntese de aspectos substanciais que contenha as informações sobre referenciais, personagens, forma, conteúdo, conclusão e críticas realizadas sobre a obra.

    b) Apresentação e exibição

  • Antes da exibição, é importante que o professor informe ao grupo apenas os dados referenciais do filme. Poderá incluir também curiosidades, no entanto, sem atribuir juízo de valores. A critério, poderá fazer observações durante a projeção ou esperar o término do filme. É importante que o professor justifique o uso do filme e que fique atento às reações do grupo durante a exibição.
  • Após a exibição, caso seja necessário, algumas cenas poderão ser reprisadas para que o grupo reveja determinados aspectos antes não observados ou elementos gerais como ações, diálogos, efeitos, expressões, sons, entre outros.

    c) Debate e reflexão

  • O professor poderá inicialmente questionar o grupo sobre o que viu e deixar que o grupo apresente suas observações. Poderá, dependendo do caso, sugerir que o grupo elabore um texto para realizar uma análise mais abrangente.
  • Após ouvir os relatos do grupo, o professor poderá então se posicionar com suas observações destacando convergências e divergências apresentadas. É importante enfatizar que um filme é constituído de uma linguagem própria. O cinema possui elementos específicos que o caracterizam: enquadramentos (planos e angulações), roteiro, sons (diálogos, música e ruídos), fotografia, personagens, direção de arte, entre outros.

    d) Conclusão e verificação

  • O professor poderá realizar uma síntese final, indicando os objetivos da atividade e relacionando-os com o conteúdo desejado; poderá sugerir leituras complementares, filmes que contenham assuntos semelhantes, sites de pesquisa ou desenvolver outras atividades.

    A elaboração de uma análise dos elementos constitutivos da linguagem cinematográfica pode contribuir para uma apreciação significativa, entretanto apontamos aqui apenas um conjunto mínimo de informações.

    Em primeiro lugar, podemos começar pela indicação dos dados referencias que compreendem as informações básicas de identificação de um filme: nome do diretor, país de origem, ano de produção, gênero (mesmo que de forma indicativa), movimento ou escola a que possa ser associado (Neo-realismo, Cinema Novo ou Nouvelle Vague, por exemplo), créditos principais (quem dirigiu, quem elaborou o roteiro, quem são os atores etc.) e sinopse da história. Feito isso, passamos para uma descrição analítica dos personagens que são sujeitos da ação, elementos sobre os quais as ações se desenvolvem e em função da qual a narrativa se organiza. A focalização dos personagens permite uma orientação para adentramos na narrativa: quem são, o que pensam, como se comportam, quais seus objetivos, quais suas principais características etc. A análise pode seguir com o levantamento e as observações a propósito da idéia ou conjunto de idéias que se apresentam no filme, incluindo, por vezes, seus aspectos subjetivos.

    Nesse aspecto, podemos observar o argumento do filme (qual ou quais os assuntos abordados e de que forma), o tema ou os temas (do que trata o filme: amor, vida, guerra, diferenças, preconceito, trabalho), o roteiro (como acontece o desenvolvimento da narrativa), as circunstâncias da história (tempo e espaço). O percurso não pode deixar de evidenciar também a configuração externa do objeto-filme que é caracterizada pelos elementos constitutivos da linguagem cinematográfica: enquadramentos (planos, angulação, movimentos de câmera), a fotografia (iluminação, textura, cor, profundidade de campo), o som (a música, os ruídos e os diálogos), os efeitos visuais (produção de imagens não reais), arte (figurinos, cenografias, maquiagem) e a montagem (organização e colagem de fragmentos fílmicos).

    Finalmente, podemos apresentar a conclusão que compreende a observação final dos tópicos apontados e possíveis convergências com os conteúdos a serem trabalhados.

    Deve-se observar a importância de utilizar o cinema na sala de aula e de repensar os procedimentos utilizados e suas implicações. Seu uso como prática educativa possibilita sensibilizar os alunos e desenvolver novas formas de compreender e ler criticamente os meios eletrônicos e as novas tecnologias de informação. Entretanto, o cinema não deve ser usado apenas como entretenimento ou simples ilustração de conteúdos. O trabalho com o cinema pode converter as aulas em atividades significativas, tangíveis e experimentais.

    O termo sétima arte foi dado por Riccioto Canudo no Manifesto das Sete Artes, em 1911. Essa referência é apenas indicativa, cada uma das artes é caracterizada pelos elementos básicos que formatam sua linguagem e classificadas da seguinte forma: 1. Música (som); 2. Pintura (cor); 3. Escultura (volume);4. Arquitetura (espaço); 5. Literatura (palavra), 6. Coreografia (movimento) e 7. Cinema (integra os elementos das artes anteriores). Parte das idéias de Canudo, possivelmente, estão ultrapassadas, mas o adjetivo dado ainda se mantém.
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